O consumismo e o desperdício atribuídos ao capitalismo e ao
desenvolvimento tecnológico vêm se multiplicando e a cada dia se produz mais
lixos urbanos, industriais e químicos. Inevitavelmente, isso tem provocado o
aquecimento global, que é o aumento sem precedentes da temperatura da terra, a
qual é provocada pelo excesso de emissão de CO2 (dióxido de carbono)
a atmosfera, provocando o “efeito estufa”.
Em União dos Palmares nós temos um
exemplo claro de nossa colaboração com o aumento da temperatura e o seu
conseqüente efeito estufa. Trata-se do desmatamento a luz do dia de nossa APA
(Área de Proteção Ambiental) na Serra dos frios. Lá se derrubam árvores centenárias,
ateiam-se fogo na vegetação, matam as nascentes dos riachos. De qualquer ponto
de nosso município, é possível enxergar o tamanho do estrago e do crime
ambiental. A população assiste a tudo sem imaginar as conseqüências dessas
ações. A mata dos frios nos pede socorro e o povo e o governo a cada dia se
distancia cada vez mais. Outro exemplo entristecedor vem de nossos mananciais. Falo do Riacho Canabrava que agoniza em
função dos inúmeros despejos e de águas servidas das residências que lhe cercam,
numa extensão de 5,0Km até desemborcar no Rio Mundaú. São também resíduos
sólidos recebidos diariamente numa carga inimaginável. O Riacho Canabrava que
recentemente sofreu uma mudança de percurso vem morrendo aos poucos, riacho que
já serviu como fonte e abastecimento a inúmeras unidades residenciais de nossa
cidade. Hoje assistimos a triste realidade desse riacho, e se não agirmos, amanhã
poderá ser o rio Mundaú.
Hoje, sem fiscalização, sem autonomia
a secretaria do meio ambiente tem ocupado seu tempo fazendo jardinagem e
limpeza de praça, nem mesmo a catástrofe de 2010 serviu para dar norte às
questões ambientais. União dos Palmares que foi um dos municípios que mais
avançaram em educação ambiental entrou em inércia na zona de conforto e
relaxamento, deixando de lado as prioridades vividas outrora.
Enquanto isso o lixo toma as ruas de nossa cidade, deixando seu rastro de poluição. E a temperatura? Continua aumentando. Outro agravante é que se aproxima o inverno, percebe-se que as galerias pluviais das principais ruas da cidade funcionam com capacidade mínima, pois na grande maioria é composta de resíduos sólidos comprometendo assim o seu perfeito funcionamento e com as fortes chuvas de inverno a probabilidade das águas invadirem as ruas e casas são grandes, já vivenciamos fatos semelhantes nas trovoadas de dezembro/ janeiro. Fica aí o alerta.
Portanto, é preciso que a população faça a sua parte, porém existe atribuições que só cabem ao governo, tais como estruturação da Secretaria do Meio Ambiente, investir pesado no saneamento básico no município, financiar projetos educacionais e preventivos para o meio ambiente, além de incentivar e promover campanhas de educação ambiental nas escolas estaduais, municipais e privadas. E o mais importante de tudo é tomar consciência que somos parte da natureza e não o dono dela.
Prof. Nivaldo Marinho, Estudante
de Radiodifusão, integrante do programa mesa z da Rádio Zumbi Fm e
correspondente do site uniãodospalmares.com
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