Professora Marcia Suzana |
Em ano eleitoral afloram-se as identidades pessoais
frente a ebulição político-partidária. Esse período de mobilização pessoal ou
coletiva nos revela facetas surpreendentes daqueles com os quais convivemos.
Gosto de observar o comportamento humano nesse
período, e percebo que convivemos durante anos com colegas, amigos, alunos,
professores e até vizinhos e não os conhecemos o suficiente até que chegue o
ano eleitoral, e principalmente, as eleições municipais quando as ações afetam
as relações, afinal, a luta pelo voto para prefeito e vereador influencia
diretamente o nosso comportamento.
As relações e mobilizações, muitas já esperadas,
são sempre surpreendentes. Temos como exemplo o período eleitoral desse ano,
onde inimigos partidários se revelam amigos políticos, acredito que essas
pessoas vivem intensamente a “Filosofia Seixiana”, “prefiro ser essa metamorfose
ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, principalmente,
se a opinião for tão somente e unicamente em benefício próprio.
Mas fico profundamente estarrecida é com a
mobilização da considerada intelectualidade da sociedade, ao manifestarem
opiniões e ações atreladas a manipulações, discursos falsamente progressistas
na busca de apoios políticos.
O que de fato revela nossa mobilização partidária,
especialmente, de nós educadores?
Sabemos que o voto é uma expressão de cidadania e
reflexo de um “Estado Democrático”, ou mascara a falácia da pseudodemocracia,
pois a cidadania implica em busca da igualdade social, e decorre de práticas
coletivas e solidárias onde os indivíduos críticos assumem a política da
coletividade e da inclusão.
Hoje comumente nos depararmos com algumas pessoas,
inclusive professores, entendendo-os como intelectuais críticos e conscientes,
apoiando determinados grupos políticos com histórico elitista, e mais ainda,
declarando o voto em benefício próprio. Esse sim é o pior tipo de voto ao
revelar a ação em função de privilégios individuais, a busca pelo benefício
próprio; mas e a coletividade? Nós sabemos a resposta.
O pior voto não é aquele dado por amizade, ou pela
falta de opção, ou motivado por terceiros, ou ainda por ignorância, não! O pior
voto é aquele que, conscientemente é motivado por privilégios em benefício
próprio totalmente pautado pelo individualismo, na certeza de que esses
sujeitos serão lembrados pelos políticos quando estiverem no exercício do
poder.
Diante dessa conjuntura político-partidária de
nosso município ratifico mais uma vez que não vendo e não dou meu voto por
privilégios, afinal, eu voto pelo plano de trabalho, pelo histórico político e
partidário dos candidatos, eu voto em quem em algum momento da vida demonstrou
sensibilidade com a causa do povo já tão sofrido, quem se preocupa e respeita o
ser humano.
Respeito e tenho compromisso com a coletividade e o
exercício da cidadania. Eu voto na inclusão social e na dignidade.
Por isso, me preocupo com a ação de nós professores
nesse momento político, porque nós ensinamos o que somos e junto vai o que
sabemos. Afinal, o que você tem ensinado a população palmarina?
Por Márcia Susana
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