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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Escândalo na advocacia: OAB é rentável e briga seria pelo controle de arrecadação milionária


Só de anuidades a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas angaria quase R$ 5 milhões por ano. Sedes da entidade no interior vivem quase abandonadas e assistência a seus membros é precária

 Quase 5 milhões em anuidades, um orçamento que dividido por 12 - como nas prefeituras - equivale a um montante de quase 500 mil reais mensais, afora outras receitas destinadas à Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas.
    Esse seria um dos principais motivos da “briga de cachorro grande” pelo controle da instituição advocatícia  em Alagoas, que este ano chega a ter cinco candidatos na disputa.
    A torca de farpas - especialmente nos bastidores e nas redes sociais - começou amena, porém ao passar do tempo, na campanha, ganhou ares e proporções maiores, culminando na denúncia feita por um dos concorrentes à presidência seccional da OAB, o advogado criminalista Welton Roberto, que foi a Polícia Federal pedir intervenção na direção atual da Ordem dos Advogados em Alagoas, encabeçada pelo procurador Omar Coelho, pela suposta “compra de votos”, através do pagamento de anuidades, de advogados que estão inadimplentes com a instituição.
    Omar Coelho tem como candidata de preferência a sua sucessão, a sua vice-presidente Rachel Cabus, que enfrenta mais três dissidentes  (Marcelo Brabo, Welton Roberto e Tiago Bomfim) e apenas uma candidata caracterizada verdadeiramente como oposição que é a procuradora de estado, a palmeirense Cláudia Amaral, mas que segundo analistas de plantão, não tem maiores chances de vitória.

Orçamento de prefeitura
    Nenhum cargo de direção na OAB é remunerado. Nem na seccional, tampouco nas subseccionais. A briga é pelo “status” que o cargo oferece a seu detentor. Porém, administrar um orçamento milionário - equivalente a de algumas prefeituras - pode dar a seu gestor outras benesses.
    E é aí que advogados - que preferem não se identificar  disseram à reportagem, que “estaria o alvo da cobiça de muitos advogados pelo controle das finanças da Ordem dos Advogados do Brasil”.
    Além disso, dizem estes advogados que “é a OAB uma espécie de trampolim para angariar as grandes causas e para ocupar cargos de relevo, tanto na esfera política, como jurídica”.

Pagamento de anuidades
    O candidato à presidência da OAB-AL Welton Roberto entregou à Polícia Federal a gravação em áudio que comprovaria um suposto esquema de compra de votos. Além do pedido de investigação, Roberto quer a impugnação da chapa “OAB Para Todos”, encabeçada por Rachel Cabús Moreira, a intervenção do Conselho Federal em Alagoas e o afastamento de toda diretoria estadual.
    Welton disse que recebeu em seu comitê uma gravação na qual estavam reunidos o presidente da Comissão Nacional de Combate à Corrupção, Paulo Brêda, vice de Rachel, o procurador do Estado, Marcelo Teixeira, o desembargador eleitoral Fernando Maciel, o candidato a desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Adriano Avelino; o presidente da Ordem Omar Coêlho de Mello e sua vice Rachel Cabús.
    No áudio, eles negociam o pagamento de anuidades dos advogados inadimplentes com a OAB, aproximadamente 2.100 filiados - como moeda de troca por votos. 
    O áudio da conversa foi publicado nos sites alagoanos e há um trecho da gravação na qual Omar Coelho teria se referido ao pagamento das anuidades como um “saco de dinheiro”, afirmando que “a gente chegou a pagar cinco mil por voto”. 
    A declaração poderia indicar pagamento de várias anuidades por filiado. 
    Por ano, cada advogado filiado a OAB em Alagoas tem que pagar R$ 600,00. São mais de 8 mil isncritos atuando em Alagoas.


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