POLÍTICA
Corre na
internet uma petição para que Renan Calheiros (PMDB-AL) renuncie à presidência
do Senado. Mais de 1 milhão e 360 mil internautas (o correspondente a 1% do
eleitorado brasileiro) já teriam assinado a petição. Nenhuma conseqüência legal
decorre desse abaixo assinado. O valor desse movimento é político.
E política
foi importantíssima mensagem enviada por Renan Calheiros às vésperas do
carnaval. Renan embutiu sua mensagem, quase sem ser notada, em meio a um artigo
publicado na coluna Tendências/ Debates à página 3 da Folha de S.Paulo.
Renan
escreveu:
- Passo
relevante é a defesa do nosso modelo democrático, a fim de impedir a ameaça à
liberdade de expressão, como vem ocorrendo em alguns países. O chamado inverno
andino não ultrapassará nossas fronteiras.
O presidente
do Senado e do Congresso pregou ainda:
- Temos que
nos inspirar, sim, nas brisas de uma primavera democrática e criar uma barreira
contra os calafrios provocados pelo inverno andino.
Por fim,
Renan prometeu "criar uma trincheira sólida, se preciso legal, a fim de
barrar a passagem desses ares gélidos e soturnos. Em governos democráticos, não
deve haver nenhuma pretensão de se imiscuir no conteúdo dos jornais, nem na
atividade dos jornalistas".
O que Renan
quis dizer com sua metáfora andina?
Em seu
artigo/recado Renan enviou foi uma proposta, digamos assim, para os donos da
indústria de Mídia do Brasil. Em resumo, o que ele disse sem dizê-lo foi: Não
mexam comigo que eu não deixarei que mexam com vocês.
Os Fatos.
Certamente há no Brasil quem sonhe com censurar a imprensa. Como há quem
queira, como se faz no mundo civilizado, ter leis que, na prática, impeçam
monopólios na indústria da comunicação. Isso é capitalismo. É zelar pela livre
concorrência, regular o mercado. Como se faz com pasta de dente, cerveja, sabão
em pó…
Fato é,
também, que o acuado Renan Calheiros escreveu e viu publicada a sua
"mensagem" andina. Que, embutida, carrega e propõe uma troca. Ou, ao
menos, uma trégua. E, na prática, o não tocar, ou não mexer em nada.
O Brasil
precisa e merece debater esse tema, o das dimensões da sua Indústria da Comunicação.
Com transparência e sem falseamentos. Com espírito democrático. Sem ameaças de
quem quer que seja.
Fonte: http://www.extralagoas.com.br/
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