Folha de São Paulo classifica capital alagoana
como a mais violenta do país
O Jornal Folha de São Paulo, publicou
neste domingo (24), uma reportagem que indica Alagoas como o estado mais
violento do país. A reportagem traça um perfil do que considera falas no
sistema de segurança de Alagoas e os motivos pelos quais a capital alagoana
está inserida entre as “cidades do medo”.
Leia a matéria na íntegra:
Maceió (AL) lidera com folga o
ranking de homicídios nas capitais do país, num Estado com efetivo policial
defasado, IML (Instituto Médico Legal) improvisado em galpão e falta de vagas
em presídios. Em Alagoas, somente no ano passado delegados passaram a ir às
cenas do crime para colher dados. Antes, iam apenas os peritos, e o resultado
está nas estatísticas: de 2005 a 2008, apenas 7,5% dos assassinatos foram
apurados. Essa sensação de impunidade é um reflexo da falta de estrutura. Hoje,
presos que ganham direito ao regime semiaberto (trabalham fora e dormem na
cadeia) vão direto para casa, pois não há presídios para esse sistema. Diante
disso, Maceió tem "áreas vetadas" para a circulação. A reportagem
tentou ir ao Vergel do Lago, uma das mais perigosas, mas o taxista se recusou a
dirigir até lá. "É uma área proibida", informou. Nos últimos dez
anos, a cidade assistiu a uma explosão no número de homicídios. No período, a
taxa de homicídios em Maceió subiu 144%, enquanto o conjunto das capitais teve
queda média de 18%. De oitava capital mais violenta do país em 2000, Maceió
passou ao topo do ranking dez anos depois. A taxa de homicídios é de 110,1 por
100 mil habitantes - quatro vezes a taxa nacional, de 27,4. No período, os dois
principais grupos políticos de Alagoas passaram pelo poder --os rivais Ronaldo
Lessa (PDT), ex-governador, e Teotônio Vilela (PSDB), que cumpre seu segundo
mandato.
Agora,
Alagoas conta com ajuda federal. Num passado recente, armas apreendidas não
eram monitoradas. Saíam das salas oficiais da perícia e realimentavam o ciclo
do crime, afirma a secretária nacional de Segurança, Regina Miki. "O foco do Estado não era combater
homicídios. Nosso ambiente é propício para matar", resume Dário Cesar
Cavalcante, secretário de Segurança Pública do Estado. Coronel reformado da
Polícia Militar, Cavalcante foi segurança do ex-presidente Fernando Collor.
Fonte: tribunadoagreste
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