Páginas

domingo, 1 de fevereiro de 2015

FESTA DA PADROEIRA SANTA MARIA MADALENA

Lembranças do Passado...

Por Joaquim Maria


Foto Tony Lima
Falar da grandiosidade da Festa de Santa Maria Madalena, muita gente já falou. Mas neste momento não quero falar da procissão do mastro, nem da procissão da bandeira e nem da procissão das imagens; mas sim falar de uma festa na visão de alguns garotos, sem muita maldade e ainda despertando para um mundo que seria o dele futuramente e como as coisas mais simples da festa, eram bastante valiosas para eles. Esse era o sentimento de todos os meninos e meninas de uma época, não muito distante; mas de grande importância na vida de cada um que viveu a festa.

No meu caso, o meu fascínio pela festa começava com a chegada dos brinquedos. A roda gigante, os cavalinhos, as patinhas, os barcos e outros tantos que toda a garotada gostava. Mas havia outros atrativos que compunham a festa, como os quitutes e os manjares. Os cachorros quentes bem temperados, colocado numa rodela de pão francês; pois se fosse colocado no pão inteiro talvez não tivesse aquele especial sabor. Os roletes de cana, feitos na hora. O caldo de cana. Os rosários de coco. E a maçã do amor? Tão doce e pegajosa mais de um sabor irresistível. Caixas de uvas roxas empilhadas uma sobre as outras eram compradas e consumidas vorazmente pelos frequentadores dos festejos! Esses sabores; ainda guardo comigo. Parece gravado na minha memória e no meu paladar, pois quando penso nessas delícias, a boca se enche de água.

E na praça ao som dos auto falantes, a paquera corria solta. “Telegramas falados” lidos pelos locutores oficiais da festa. Cada telegrama era pago e sempre endereçado para alguém com o intuito de um flerte ou de tirar um “sarro” da cara do outro. “Prezado locutor, peço que rode esta música para oferecer...” Era sempre o mesmo começo. Toda festa acontecia sem bandas profissionais.

Quem era nascido em União, mesmo estando fora; como ainda acontece hoje em dia, vinha sempre participar da festa da padroeira. Encontros entre as famílias, quermesse, bingos todas as noites; leilão de animais e aves doados pela comunidade. Arrematavam-se galinhas e perus assados que eram logo consumidos ali mesmo, com cervejas ou refrigerantes. Mesas e bancos de madeira bruta, com uma toalha, notadamente sem nenhum conforto; eram colocados à disposição da população para a sua acomodação na praça.

Foi um tempo onde a simplicidade era a tônica da festa. Onde o aconchego e a confraternização entre as famílias era o que existia de mais importante. A grandeza do evento todo. As missas, a participação maciça do povo, na devoção a sua padroeira. Era tudo muito lindo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

POR MEDIDA DE SEGURANÇA, NÃO ACEITAMOS COMETÁRIOS ANÔNIMOS.