Lembranças do passado
Por Joaquim Maria
Foto: JMarcelofotos cantora Gretchen
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Nas cidades de interior, na
década de 70, ainda no século passado; as diversões dos cidadãos eram nas
festas de santos nos bairros, na padroeira, nas juninas e o carnaval. Em
algumas cidades havia cinema, onde eram exibidos os mais diversos gêneros, com
maior ênfase para os filmes de faroeste e artes marciais. Vi muito dessas fitas
no Cine Imperatriz em União dos Palmares.
Mas o que mais me agradava era
quando chegava algum circo. Era uma festa. Quase todos os habitantes da nossa
cidade, necessariamente, iriam passar uma noite agradável na companhia dos
artistas circenses, entre risos e aplausos.
Mas a curiosidade levava as pessoas a acompanhar até a armação do
picadeiro e de toda a estrutura da Companhia. Inclusive, se dizia que um bom
circo era medido pelo estado de conservação da cobertura. A lona.
- “CIRCO BARCELONA, TEM MAIS BURACOS
DO QUE LONA!” Diziam os garotos, numa forma de zombar da qualidade do
material do circo.
Mas existiam grandes Companhias
Circenses como a do Orlando Orféi e o Circo Garcia, este último fechou suas
portas no início do ano de 2003, depois de 74 anos de existência.
Tive a oportunidade de ver esses
espetáculos dessas duas Companhias, quando instaladas para uma curta temporada
em nossa cidade.
Em União, a cidade ainda era
muito pequena e havia vários locais aonde poderiam ser instalados os circos. No
local da atual prefeitura era um desses lugares. Era muito bom e no centro da
nossa cidade. Mas também eram instalados na Cohab pois havia uma grande área sem
casas o que dava uma boa acomodação para os circos de grande porte.
À noite, o espetáculo era
impressionante. Os Palhaços, os malabaristas, as sensuais dançarinas, o mágico,
o atirador de facas, os domadores de animais: leões, tigres, zebras, elefantes,
macacos, (na época era permitido) o globo da morte, etc. Era tudo muito
divertido. Eram profissionais do mais alto gabarito exibindo as suas
performances para um público ávido por diversão. Todos queriam ir à estréia.
Carros de sons na rua exibindo os
artistas e os animais, convocando a comunidade a participar do evento.
Geralmente, no primeiro dia, tinha sempre uma promoção.
Hoje o que nós vemos nas
periferias das pequenas cidades são circos sem estruturas onde o que se pode
colher sobre a situação, são histórias de dificuldades e fracassos, pois até o
circo, hoje depende da tecnologia para sobreviver; e isto não é barato. Requer
um bom investimento para continuar atraindo o público. Mas mesmo com dificuldades
o show não pode parar.
- E o palhaço, o que é?!
- É ladrão de mulher!!!
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