História do Brasil
Por Luciano Pires
Por Luciano Pires
Dia primeiro de julho de 2014 o Plano Real comemorou 20 anos.
A maioria dos que frequentam a internet ou não tinha nascido ou usava fraldas
ou calças curtas naquela época. Não tenho a pretensão de que consigam entender
o que foi aquilo, mas segue uma rápida lembrança. Atente para os valores da
inflação anual. Só para manter a perspectiva, estamos hoje preocupados com uma
inflação de 7% ao ano.
Em fevereiro de 1986, com o Brasil recém saído do regime
militar, a equipe do governo José Sarney, implantou o Plano Cruzado. Trocamos o
cruzeiro pelo cruzado e congelamos salários. A inflação naquele ano calculada
pelo IPCA (Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): 79,66%.
Em junho de 1987, Luiz Carlos Bresser Pereira assumiu o
Ministério da Fazenda e lançou o Plano Bresser, com congelamento de preços e
salários na tentativa de conter o déficit público. O plano não deu certo e a
inflação chegou a 363,41%.’
Em janeiro de 1989, Mailson da Nóbrega substitui Bresser na
Fazenda e lança o Plano Verão, mais uma vez congelando preços e salários e
criando uma nova moeda: o Cruzado Novo. Também não deu certo e a inflação
chegou a 1.972,91%. Você leu certo. Quase dois mil por cento.
Em março de 1990, logo após a posse de Fernando Collor, vem a
surpresa: o Plano Collor que, na tentativa de conter a hiperinflação, congela o
dinheiro do povo. Uma nova moeda surge: o Cruzeiro. De novo. A inflação recua
um pouco, para 1.620,97%.
Em fevereiro de 1991, outra tentativa. É a vez do Plano
Collor II, com ajuste de tarifas públicas e redução de alíquotas de importação.
A inflação cai mais, chegando a 472,7%.
Em junho de 1993, no governo de Itamar Franco e sob o comando
de Fernando Henrique Cardoso como Ministro da Fazenda, começa a surgir o Plano
Real. Recuperação da receita tributária, maior controle sobre bancos estaduais,
maior eficiência dos gastos da União e um programa de privatização são
implementados. Naquele ano a inflação foi às alturas, atingindo – você está
sentado? - 2.477,15%!
Em fevereiro de 1994 é editada a Medida Provisória nº 434,
criando a URV, Unidade Real de Valor, já prevendo sua posterior transformação
na nova moeda, lançada em primeiro de julho de 1994: o Real (R$). Cada R$
1 Real valia Cr$ 2.750. O Plano Real
também incluiu, entre outras medidas, aceleração do processo de privatização;
renegociação da dívida externa; preços e salários livres e salário mínimo
reajustado anualmente. A inflação acumulada até julho de 1994 foi de 815,60%.
A primeira inflação registrada sob efeito da nova moeda foi
de 6,08%.
Queda de mais de 800% para 6%, esse foi o resultado imediato
do Plano Real, que salvou o Brasil. Quem não viveu inflação de 2.477,15% ao ano
não pode imaginar o que era aquilo.
Fonte: Portal café Brasil
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