Por Manoel Simeão Moreira
O estado de Alagoas é um estado que acomodou-se, pois seus
dirigentes legitimamente eleitos, com raríssimas exceções, pouco se
interessaram em desenvolver a indústria do nosso estado, de gerar emprego e
renda e por consequência o bem-estar da nossa população. O que restou a Alagoas
foi modernizar os engenhos que viraram usinas e as senzalas viraram favelas e
essas mesmas usinas, muitas fecharam, viraram sucatas fantasmas, pois quando
viajamos por alagoas nos deparamos com as carcaças, esqueletos de ferragens e
vilas abandonadas, lugares sem vidas às margens das rodovias, que em décadas
atrás eram locais de intensas relações humanas, comerciais e financeiras, foram
vidas que migraram para outros locais devido à falta de dinamismo que
possibilitasse a perduração do setor para outras gerações e com esse fechamento
das usinas, engenhos antigos (hoje modernas usinas falidas e fechadas), as
pessoas das senzalas e da mão de obra da cana (hoje nas periferias das
cidades), perderam seus espaços de cidadãos, pois o indivíduo sem trabalho e
moradia não tem dignidade para si e para os seus, são para a sociedade,
fantasmas iguais às usinas fantasmas.
Continuando a analisar Alagoas, observo que poucos municípios
de algum desenvolvimento, oque chamo nesse artigo de "ILHAS" e conto
nos dedos as poucas cidades ilhas que são: Maceió, Arapiraca, São Miguel dos
Campos, Pilar, Penedo, Maragogi, Marechal Deodoro, Coruripe, Piranhas e Delmiro
Gouveia, esses municípios que citei tem algum desenvolvimento devido a ter em
seus territórios indústria, petróleo, gás natural, fábricas, opção de lazer,
uma boa rede de serviços que ofertam uma série de produtos, shoppings centers,
polos de universidades e um comércio competitivo. Já os demais municípios de
alagoas vivem das rendas do Programa Bolsa Família, da renda dos aposentados e
pensionistas do INSS, dos poucos empregos ofertados por alguma fábrica e dos
empregos da prefeitura e do estado, além da lavoura do comércio capenga. Em
particular insiro nesse contexto que acabo de acima citar, a minha União dos
palmares, que apesar de ter um grande potencial para o turismo histórico, pois
é conhecida mundialmente, não tem grupos nem pessoas que se interessem, ou
sejam competentes, tenham a vontade de explorar esse turismo e até a festa de
Santa Maria Madalena (padroeira de nossa cidade) que era um grande evento regional,
já há vários anos está chegando ao seu ocaso, vem perdendo os eu brilho. União
dos Palmares que no passado tinha em seu território uma fábrica beneficiadora
de algodão, uma fábrica de doce, uma fábrica de correntes, a usina Laginha e
uma grande produção de bananas, nos dias atuais não tem nada disso, vive de
repasses do Fundo de Participação dos Municípios-FPM, da renda dos aposentados,
do bolsa família, dos empregos na prefeitura e no estado e da fábrica Quaker e
do comércio que está se acabando por falta de giro financeiro e de riquezas que
a nossa cidade não tem mais. Assim em 9 municípios de alagoas se tem algum
desenvolvimento, algumas ilhas financeiras e os 93 restantes vivem a espera de
um milagre econômico de gestores competentes, de alguém que ligue para o seu
torrão, para a sua cidade, o que é meio difícil de acontecer, pois ao analisar
Alagoas como ESTADO, como unidade federativa, vejo que aqueles que no governo
de alagoas chegam só desenvolvem
financeiramente a Eles, Familiares e a Amigos e aos que chegam ser mandatários
das prefeituras fazem o mesmo. Para agravar toda essa situação de estagnação
econômica e social de Alagoas, ainda teve um governador que em 1987 isentou os
usineiros (a maior parte financiou sua campanha) de pagarem o imposto sobre a
cana produzida, o CHAMADO FAMIGERADO ACORDO DOS USINEIROS, que quebrou, faliu e
fechou o antigo PRODUBAM, bando de fomentação do estado que financiava o
comércio e a indústria do nosso estado, por consequência agravou-se a crise
social de nossa gente afetando a já combalida economia de Alagoas. Assim
Alagoas, o nosso povo, a nossa gente ordeira e honesta segue como aquele samba
enredo da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira do carnaval de 1988 que
diz: “LIVRE DO AÇOITE DA SENZALA E PRESO NA MISÉRIA DA FAVELA".
Alagoas é terra de desenvolvimento de alguns municípios, de
algumas poderosas famílias que se revezam no poder desde que este território
virou estado, sem contar na época das capitanias, são famílias que se locupletam
com a coisa pública.
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