"Tantas vidas em risco e o único nome que se dá é
"acidente" quando na verdade é imprudência, descuido, estupidez,
qualquer coisa, menos acidente"
"Não sou de partido A ou B. Não estou aqui para apontar
ou "solucionar" os problemas do mundo. O que direi aqui serão
palavras de uma mãe, esposa, mulher, motoqueira... Mãe, porque tenho dois
filhos que sequer sabem se defender. Esposa, porque meu marido tem carro e hora
é motorista, hora é pedestre. Mulher, porque me sinto igualmente insegura e por
fim motoqueira, pois além de estar por trás do guidão de uma moto também vejo
os pedestres, motoristas, companheiros motoqueiros pondo a vida de inocentes em
risco.
Bem, vamos lá...
É absurdamente normal com que o assunto é tratado. Tantas
vidas em risco e o único nome que se dá é "acidente" quando na
verdade é imprudência, descuido, estupidez, qualquer coisa, menos acidente.
Esta noite paramos o carro do lado da casa de meus sogros.
Como de costume, a residência, que é de esquina inspira cuidado para carros,
motos e qualquer treco que teime em "entrar com tudo" numa manobra
arriscada para pedestre e motorizado.
Como sempre, nossa velha rotina, George para o carro,
desliga, observa se tem risco, desce, eu desço com o Lincoln e em seguida vem
Letícia e atravessamos juntos a rua, ou em duplas. Essa noite uma moto em
disparada invadiu a rua e quase acerta em cheio nossa pequena Letícia, que o
pai e eu segurávamos a mão enquanto eu estava com Lincoln em um dos braços.
O condutor estava com garupa e os dois sem capacete. Num
reflexo puxei a Letícia para meu corpo enquanto George fez o mesmo. A moto
passou raspando nós duas, detalhe: estávamos coladas no carro... Depois do
susto a gente sente todo tipo de medo e a revolta é impossível não sentir.
Até quando haverá tanto desrespeito com a vida humana?
Motoristas não respeitam pedestres nem motoqueiros, motoqueiros não respeitam
pedestres, motoristas e até outros motoqueiros, pedestres que muitas vezes não
tem atenção no trânsito, especialmente em União dos Palmares isso é uma rotina
maluca que todos nós estamos nos acostumando.
Sexta-feira estava na BR 101 para mais um dia de trabalho em
Messias, quando olhei pelo retrovisor vi uma carreta cortando luz e acelerando.
Olhei para o lado e o acostamento estava destruído, se eu reduzisse para poder
sair da frente do "apressadinho" corria o risco de me dar muito mal.
Não tive escolha a não ser acelerar, me agachar para pegar velocidade e rezar
para chegar logo num local mais seguro, tudo acabou bem, graças à Deus mas e
quantas vezes isso não acontece? Até quando a gente vai chorar por entes
queridos que se machucaram ou até mesmo se foram de nossas vidas por
imprudências no trânsito? Se cada um de nós tivesse respeito pela vida do
próximo tanta coisa seria evitada.
Da próxima vez que você pegar seu carro, lembre-se de pensar
que aquele motoqueiro que está na sua frente tem alguém que o espera em casa,
que aquele pedestre pode ser querido de alguém."
#MaisEmpatiaPorFavor
Fonte: jmarcelofotos
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