Sertanejo que sou, habituei-me a
misturar farinha de mandioca ao arroz com feijão, embora nem sempre o faça nos
dias atuais.
Quando frequentava as feiras-livres de
Batalha e Santana do Ipanema, no Sertão, deparava-me com farinha naquele
precinho.
Nos comércios populares, o quilo da
iguaria não superava os R$ 1,50. Nos supermercados, a gente pagava um pouquinho
a mais.
Na última quinta, quando cumpria pauta
para a Gazeta de Alagoas, a farinha mais barata com que me deparei custava R$
4,00 o quilo.
Ao lado do saco cujo quilo custava R$
4,00, havia farinha de R$ 6,00 reais. Ou seja: muito mais cara do que o quilo
de arroz.
Qual a causa da carestia? Esperteza dos
comerciantes? Voracidade lucrativa? Não. O preço subiu porque faltou
matéria-prima.
Do diálogo com especialista no setor,
recebi a informação de que a produção de raízes tinha caído 35%, no Agreste
alagoano.
Com menos matéria-prima no mercado, há
menos farinha empacotada. Consequência: o preço sofreria algum reajuste.
Outra explicação para a decolagem dos
preços é o fato de a matéria-prima local ser vendida aos 'forasteiros'
atravessadores.
Sem incentivo, em nosso território, para
transformação da planta em farinha, há clara opção pela venda da planta in
natura.
Que acontece? A raiz comprada por
sergipanos e pernambucanos volta ao estado com valor agregado: devidamente
empacotada.
E com preço 200% acima do quilo da raiz.
Eis a razão pela qual a farinha, nos supermercados, está "os olhos da
cara".
No domingo, em supermercado do bairro
Graciliano Ramos, deparei-me com quilo de farinha custando R$ 5,75 centavos.
Quando comecei a comer farinha, não
imaginava que virasse especiaria e que sofresse tamanha elevação.
Honestamente!
Fonte: www.maikelmarques.com