Lembranças do Passado...
Por Joaquim Maria.
Desorganizada e totalmente ilógica é a feira de rua da nossa
cidade. A Rua Correia de Oliveira, conhecida como rua da batata hoje não tem
mais tubérculo sendo vendido, aos montes, próximo aos seus meios fios, quase
em cima da calçada. Era rua que continha além das batatas, macaxeiras e
inhames; comida tipicamente nordestina. Hoje quase não existe feira neste
logradouro.
A feira da banana ainda continua no mesmo lugar, mas juntou-se
a ela, outros produtos de época, como manga, jaca, umbu, jabuticaba, pimenta
malagueta, feijão de corda... As cordas, feitas de agave, também tinha o seu
lugar garantido na feira; ficavam estendidas na rua atrás do palco da Praça
Basiliano Sarmento, em frente às Casas Daher.
Artistas de rua também faziam parte da feira. Violeiros,
duplas de emboladores, vaqueiro aboiador, jogos de enganação, malandros e
batedores de carteiras. Todos ali misturados...
No mercado as mais variadas carnes eram vendidas ainda como
hoje. No segundo compartimento, divido apenas por um portão, quando nos
aproximávamos poderíamos sentir o cheiro quente da farinha de mandioca. Da
própria mandioca era extraída a goma para fazer tapioca, beijus e que misturado
ao coco, fazia um par perfeito com um café moído no pilão. Ainda podíamos
encontrar o pé de moleque, outra iguaria muito apreciada pelos frequentadores
da feira . Ao lado do mercado, nas
bancas ou mesmo pequenos estabelecimento nunca faltou o famoso sarapatel,
servido com farinha e pimenta era consumido desde a sexta-feira à noite,
fazendo a alegria dos bebedores de aguardente e cervejas, como uma verdadeira tradição.
Também era comprado para ser consumido em casa.
Tecidos e roupas feitas é na Avenida Monsenhor Clóvis hoje
com a junção das bancas de sapatos, forma um shopping Center a céu aberto, pois
tem mercadoria para todo gosto. Calças, camisas, peças íntimas, redes,
cobertores, lençóis, de boa qualidade que não ficam devendo nada as lojas
estabelecidas ou até as marcas de grife.
Na feira sempre encontrávamos com todo tipo de gente, os
vendedores, os garotos pegadores de carrego, a dona de casa, o profissionais
liberais, autoridades e tantos outros anônimos faziam a grandeza da feira da
nossa cidade.
Hoje a feira está desorganizada, as ruas não são separadas
por produtos e os consumidores acham dificuldades em encontrar encontra-los. É primordial e necessário se faz, organizar a nossa feira, para que a população
volte a ter onde achar os seus mantimento com rapidez, agilizando o tempo de
permanência na feira.