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sábado, 23 de novembro de 2013

OS CANAVIAIS DA TERRA DA LIBERDADE

Lembranças do Passado...
Por Joaquim Maria

Foto da internet
“Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel;
Se lambuzar de mel...”Milton Nascimento

Com a decadência da Indústria Açucareira do nordeste e principalmente no estado de Alagoas, o êxodo rural e a fome dizimaram os sonhos de muitos trabalhadores rurais na região.
Ainda me lembro como era forte o setor açucareiro do nosso estado, o que fazia de União dos Palmares um grande polo produtor de cana de açúcar, tornando-se a cidade de maior movimento na região da Zona da Mata alagoana.
  
Se esta cultura da cana trouxe desenvolvimento, fui muito ruim para o meio ambiente e que apesar da diminuição da produção, ainda estamos pagando um preço muito alto pela derrubadas das nossas matas e com a poluição dos nossos rios, através dos detritos da lavagem da cana na indústria e do resíduo da destilação do etanol, o vinhoto. Muitos herbicidas e inseticidas foram jogados na cultura e no solo, contaminando também o lençol freático. 

Mas apesar de toda essa degradação, guardo na lembrança os verdejantes canaviais que cobriam a imensidão das terras palmarinas, pois apesar da dificuldade topográfica, era coberta de várias variedades adequadas para cada tipo de solo da nossa região, fazendo da adversidade uma aliada no cultivo da cultura.
  
Na época da safra era grande o tráfego de caminhões levando a cana cortada para a Usina Laginha, para ser transformada em açúcar ou álcool. Apesar de a usina ter várias fazendas produtora, os fornecedores de canas, grandes fazendeiros; eram parte fundamental para produção canavieira e da sustentação a uma moagem de qualidade à indústria. 

- A cana roxinha é mais mole do que a 3X! Diziam as pessoas que gostavam de chupar a cana que eram trazidas dos canaviais para a cidade. Eu, como toda a criança da época, apreciava a doçura daquele fruto. Descascado e cortados em rodelas era consumido com satisfação por todos, até para servir de complemento à alimentação familiar.

Devido a grande produção de açúcar, era preciso estocar os sacos em silos da nossa cidade e esse transporte deixava no trajeto da indústria até o local de armazenagem, por causa das avarias nos sacos, muitos quilos de açúcar pela estrada, que eram colhidos pela população para também serem consumidos. Lembro muito bem do sabor, da cor escura, do cheiro e da quentura do açúcar demerara se derretendo na minha boca. Era muito gostoso! 

Hoje com a falência da indústria canavieira no estado, fica o gosto amargo do desemprego de várias pessoas e a incerteza no futuro de suas famílias.
  


Sessão Ordinária da Câmara Municipal de União dos Palmares 33/2013

Início: 19h: 38min
Hino Nacional;
Chamada: Todos compareceram
Reflexão da Palavra: “Viver intensamente ou deixar a vida passar”
Leitura da ata da sessão anterior (1º Sec. Rafael)
Expediente da semana
Ofício Secretaria de Assistência Social: informando que a defesa civil municipal está dando prioridade às pessoas desabrigadas na enchente de 2010;
Ofício da UMES (Djalma) solicitando resposta acerca do ofício que pede ajuda de custo para custear viagem dos estudantes;
Ofício Circular da UMES (Manoel) repudiando o pedido de Djalma e informando que o mesmo não tem poderes para representar a UMES, e que está usando a entidade para tirar proveito pessoais e fazer turismo com os estudantes;   
Ofício PMUP: encaminhando projeto de lei 007/2013 que trata do Plano Prure Anual- PPA;
Ofício PMUP: encaminhando projeto de lei 009/2013 que trata do orçamento para 2014;
Projeto de Lei que autoriza que autoriza reajuste na tarifa de água do SAAE;

Ordem do dia:
Requerimento do vereador Paulo Cavalcanti alertando que se o governo não se adequar a lei do lixão, poderá deixar de receber recurso a partir de 2014;
Requerimento do vereador Paulo Cavalcanti cobrando ações do governo acerca da violência em nosso
Município;
Requerimento do vereador Cícero Aureliano Solicitando que o SAAE a partir de dezembro cuide do Rio Mundaú e plante 2000 mil árvores em suas margens;
Requerimento do vereador Cícero Aureliano Solicitando que o prefeito envie projeto de lei visando à criação de guardiões do Rio Mundaú;

Facultada a palavra:
Paulo Cavalcanti repudia a promessa de campanha do governo de garantir transporte gratuito para os estudantes;
Informa que esteve com Edinho e ele informou os abusos praticados acerca dos transportes;
Denuncias:
Superlotação do ônibus que vai à Murici;
Valores pagos acima do normal para os ônibus anteriores (11 mil ônibus e mais de 1000L de combustível para cada ônibus) “Edinho faria o transporte por 40% desse investimento”, disse P Cavalcanti;
Propõe que o SAAE crie uma taxa comercial para os lava jatos e que cobre taxa de localização;
Requerimento para o secretário de administração solicitando cópia do processo licitatório para engenheiros e cópia dos contratos dos mesmos;
Fabian Holanda
Repudia o comentário que saiu no blog a palavra, dizendo que cada vereador iria ganhar 100 mil reais para aprovar o projeto do SAAE
Diz que foram pressionados pela imprensa para aprovar o aumento e que o novo diretor deve denunciar o rombo deixado pelos gestores anteriores;
Paulo Cesar
Solicita da mesa diretora cópia do requerimento de Paulo Cavalcanti endereçado a CIGIPE, pois passou o prazo de resposta e vai cobrar no MP.
Propõe uma audiência pública para conhecer quem é de fato o presidente da UMES e acabar com a safadeza e a pilantragens de alguns estudantes que usam a entidade em benefício próprio, conforme informou o Manoel;
Requerimento para a SEINFRA solicitando que estude a possibilidade de se fazer uma rampa de acesso desde a "destac" móveis, até a lanchonete de Soró por traz da rodoviária;

Manoel da Silva parabeniza Edgar Barros pelo encaminhamento da reforma no INSS;
21h30min Sessão encerrada

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A indústria sem chaminé da Terra da Liberdade



União dos Palmares tem um potencial econômico de grandeza infinita, no entanto encontra-se adormecido, podemos constatar isso a cada 20 de novembro. O governo não tem avançado nesse sentido, e a comunidade reclama, mas pouco tem feito para mudar esse cenário.

A cidade tem um patrimônio histórico invejável, todavia os olhares só são voltados para a serra da barriga, que está localizada em União, entretanto pertence ao mundo, pois todos querem um pedaço, cada grão de areia daquele lugar vale uma fortuna para o mundo da cultura. O projeto proposto por Zumbi é maior do que União dos Palmares, e bem maior do que Alagoas e o país, pois já se propagou para o mundo.

Nós temos um evento histórico centenário, a festa de Santa Maria Madalena que não tem tido um projeto de empreendedor, infelizmente os maus costumes em nome da tradição tem  transformado a essência cultural em projetos pessoais.

Os gestores das diferentes esferas nacionais não têm tido a sensibilidade da importância desses patrimônios para a sociedade, para muitos, Zumbi ainda é lembrado como referência de escravidão, esquecem o verdadeiro sentido de Liberdade.

E grande parte da sociedade continua escravo da ignorância, distante do exemplo proposto por o grande herói nacional Zumbi dos Palmares “LIBERDADE”.

  

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Genival Oliveira Gonçalves – “GOG” se apresentará hoje em União dos Palmares.

Emanoel Cabral - “Neo do Reggae” representará União dos Palmares no palco principal.


Genival Oliveira Gonçalves, mais conhecido como GOG, é um cantor de rap brasileiro, nasceu na cidade satélite de Sobradinho no Distrito Federal no ano de 1965, 15 dias depois da chegada dos seus pais à Brasília. É o segundo de uma família de quatro irmãos.

Foi um dos pioneiros do movimento rap em Brasília. Desde o início da carreira, ganhou a alcunha de Poeta. Seu mais recente trabalho é o DVD Cartão Postal Bomba!, lançado em fevereiro de 2009. Seu primeiro disco de carreira foi gravado no ano de 1992.

Fonte: nacao-hiphop

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Projeto que reajusta tarifa da água do SAAE deverá ser aprovado hoje

Reajuste será cobrado na fatura de dezembro, referente ao mês de novembro.


Após protelar a votação do projeto com questionamentos e discussões já conhecidas por todos há décadas, vereadores deverão aprovar hoje à noite na 33ª sessão ordinária da câmara municipal de vereadores, o projeto de lei que concede reajuste de 32% na tarifa de água fornecida pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE.

A aprovação já é certa, o único voto indeciso é do vereador Paulo Cavalcanti, no entanto a certeza que temos é que acabada as discussões as fiscalizações são deixadas de lado e só voltarão quando surgir à necessidade de um novo reajuste. Fato.

Mediante o exposto, se faz necessário a fiscalização periódica da autarquia, assim como as secretarias municipais.  O poder Legislativo tem autonomia de convocar os gestores para prestar esclarecimentos quando achar necessário, o ideal é que a cada trimestre fosse ouvido um responsável, no entanto isso não acontece de forma preventiva, mas quando os fatos se transformam em problemas, daí a novela é repetida, e o final não vale a pena ver de novo.

domingo, 17 de novembro de 2013

Zumbi dos Palmares – Herói de seu Povo



Por Pe. José Artulino Besen

Em 1678, Zumbi (o nome significa A força do espírito) assumiu o lugar de Ganga-Zumba em Palmares e passa a comandar a resistência contra as tropas portuguesas. Ele e a maioria do povo do quilombo não acreditaram na paz dos brancos. A resistência negra durou até 1694, tendo sido necessárias 25 expedições militares para derrotá-la.

Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655. Teve a mãe assassinada quando fugia para o quilombo, mas foi capturado e entregue ao vigário de Porto Calvo, Pe. Antônio de Melo, que o instruiu nas disciplinas de latim, geometria, matemática e português. Recebeu o nome de José Francisco da Silva. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem, o Quilombo de Palmares.

Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte anos. Casou-se com Dandara, guerreira negra, mãe de seus três filhos.

Como vimos, Zumbi tinha assumido a liderança do quilombo em 1678 quando destituiu Ganga Zumba por ter assinado um tratado de paz com o governador de Pernambuco, o que poderia preservar a República dos Palmares.

Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo, à frente de um exército de 9 mil homens com escopetas e canhões, comandaram o ataque final contra a Cerca do Macaco, na Serra da Barriga, principal quilombo de Palmares.

Era cercada com três paliçadas, cada uma defendida por mais de 200 homens armados. Em 6 de fevereiro de 1694, após 92 anos de resistência, Palmares sucumbiu ao exército português e foi destruída e, embora ferido, Zumbi conseguiu fugir. Dandara, sua esposa, suicidou-se depois de presa, em 6 de fevereiro de 1694, para não voltar à condição de escrava. A mesma sorte escolheram muitos negros, atirando-se num precipício. Foi registrado um dos grandes massacres da história brasileira, onde foram degolados homens, mulheres e crianças.

Apesar de ter sobrevivido, Zumbi foi traído pelo companheiro Antônio Soares e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça no reduto onde se escondera. Apunhalado, resistiu, mas foi morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada, com o pênis dentro da boca, ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.  Ainda no mesmo ano, D. Pedro II de Portugal recompensou com 50 mil réis o capitão Furtado de Mendonça por “haver morto e cortado a cabeça do negro dos Palmares do Zumbi”.

Zumbi e grande parte dos palmarinos morreram, não seu povo e sua cultura entranhados no povo brasileiro. O Brasil foi construído pelos negros durante 400 anos: é inegável sua contribuição social, econômica, cultural, política e religiosa. São apenas 100 anos de trabalho branco. Conhecer a África e seus descendentes brasileiros é parte do conhecimento do povo brasileiro.

* Não procede a tradição de que tenha comandado soldados na batalha de Batalha de Mbwila/Ambuíla, no Congo, pois essa aconteceu em 1665. O mesmo se diga a respeito de Zumbi: não era neto da princesa Aqualtune. É normal que os heróis façam nascer mitos. A arqueologia na região dos Palmares ainda é incipiente, mas, pode-se dizer, a bibliografia anglo-saxônica é mais objetiva a respeito dos quilombos.

Fonte: JMarcelofotos


sábado, 16 de novembro de 2013

SUBINDO A SERRA DA BARRIGA

Lembranças do Passado

Por Joaquim Maria



A Serra da Barriga, para mim, sempre foi enigmática. Eu já visitava a serra desde quando, praticamente era inacessível o caminho até o platô. Nós fazíamos o percurso a pé. Saíamos logo cedo do centro da cidade, passávamos pelo cercado da Fazenda Jurema, fazendo uma parada para descanso em um açude na localidade denominada de Laranjal.

Ali ficávamos por algum tempo nos refrescando naquela água negra e fria. Depois da pausa e de um rápido lanche, era hora de arrumar as mochilas e seguir rumo a cume da serra. No caminho, muitos espinhos e bichos peçonhentos, além dos bois que pastavam e que de vez em quando, partia pra cima da gente, nos obrigando a correr e atravessar a cerca, em busca de proteção.  Esse trajeto é mais curto do que o atual, mas era uma trilha e não tinha tráfego de automóveis.

Essas nossas caminhadas a serra tinha mais um efeito ecológico do que histórico/cultural porque naquela época, a história do Quilombo ainda não era bem difundida e essas manifestações culturais e as peregrinações como as que existem hoje, praticamente não havia.

A subida era cansativa, mas excitante. Mais satisfeitos ficávamos quando alcançávamos o platô; onde hoje se concentram as manifestações e rituais em homenagem ao Rei Zumbi.  A vista era exuberante e a localização estratégica.

Ainda tinha tempo de nos refrescar na “Lagoa Sagrada”, onde por um instante, a turma mergulhava literalmente, na história do Quilombo dos Palmares. Neste momento, todos nós ficávamos imaginando como teria sido viver aquela maneira. Livres mas aprisionados no seu pequeno território. As nossas mentes viajavam em busca de respostas para o tão monstruoso massacre da comunidade negra daquela região.

Outro fato importante era o estado ainda bruto das matas. A serra estava bastante preservada. Os pássaros cantavam e revoavam por entre os galos das árvores centenárias. Era incontável a quantidade de sons e animais silvestres naquela área. Os sons vinham de todas as direções.  Até o vento produzia um som diferente fazendo as árvores gemerem; o que despertava a imaginação de alguns, que diziam que era o gemido dos negros em agonia.

Depois de algumas horas na lagoa, arrumávamos as mochilas novamente e atravessávamos todo o platô, descendo por uma trilha muito íngreme, saindo cerca de 1 KM,  antes da entrada do Posto de Informação atual, voltando pelo mesmo lugar e fazendo mais uma parada no açude para refrescar o nosso corpo,  dolorido e empoeirado.

A chegada à cidade era próximo ao escurecer, por isso, a dispersão do grupo, aos poucos ia acontecendo, porque depois de um dia cansativo, precisávamos de um bom banho, de uma refeição substancial, para repor as energias de uma longa e prazerosa caminhada nas trilhas do Quilombo dos Palmares.