Como já ocorreu em eleições passadas é grande a discussão em torno de quem será o vice de algumas chapas. Poucos têm peito para assumir esta posição. Uns lançam-se como pré-candidato a prefeito para poder se valorizar – já dando mostra do caráter político – e conseguir ser vice com mais “moral”. Tem gente que tenta tomar presidência de partido para poder oferecesse como vice a algum patrão. E por aí vai. Porem, todas essas discussões colocam em destaque a função de vice-prefeito.
Figura representativa e identificada com a democracia, pois é
o único regime que possui a figura do vice. Não havendo, portanto vice-ditador,
vice-imperador, vice Papa. O vice é personagem importante na grande maioria das
instituições, sejam elas políticas ou não. É mais importante quanto mais
democrática seja a instituição, e quanto forem valorizados os acordos
pré-eleições.
Sua presença está sempre a lembrar ao prefeito que ninguém é
insubstituível, que é preciso manter se alerta ao exercício das virtudes da
humildade, da prudência, da constância e do trabalho. Claro que para isso o
vice tem que se fazer político.
Vice, do latim “em vez de”, “substituição”, não deixa de ter
significado amedrontador na política, onde não há espaços vazios, onde o vácuo
é imediatamente ocupado por outras pretensões, pelo mais forte ou mais
oportunista. Portanto, o momento atual é bastante adequado para se especular e
avaliar a real importância e consequências da escolha de parceiros de chapas.
Não resta dúvida de que a instituição do vice, pronto a
assumir as funções do titular na ausência ou impedimento deste, é benéfica à
continuidade da administração pública, apesar dos eventuais problemas políticos
que possam surgir de convivência entre titular e substituto legal, quando, por
exemplo, o vice se aproveita da ausência do titular para baixar um decreto
populista e de autopromoção política. Este tem, pela força da legislação,
legitimidade e representatividade, resultante do processo eleitoral.
É bom lembrarmos que a figura do vice tem desempenhado
relevante papel na história brasileira, seja desde o seu nascedouro, com o
desempenho do presidente Floriano Peixoto na “velha república”, passando por
Café Filho na “república nova”, e muito mais recentemente, durante a “nova
república”, em duas oportunidades os vices demonstraram sua importância para a
manutenção da democracia, com a posse dos presidentes José Sarney e Itamar
Franco.
Assim, a verdadeira concepção da importância dos vices
aperfeiçoa o sistema democrático e faz valer o voto dos cidadãos.
Fonte: blog do Luiz Santos