Conta-se de um
próspero fazendeiro, dono de muitas propriedades e que estava gravemente
enfermo. Algo que lhe preocupava muito era o clima de desarmonia que reinava
entre seus filhos. Pensando em dar-lhes uma lição, ele chamou os quatro para
fazer-lhes uma revelação importante.
Ao chegarem à casa
do pai, o viram sentado numa cadeira de balanço. O pai chamou-os para mais
perto e comunicou-lhes a seguinte decisão:
- Como vocês sabem,
eu estou velho, cansado e creio que não me resta muito tempo de vida. Por isso,
chamei-os aqui para avisá-los que vou deixar todos os meus bens para apenas um
de vocês.
Os filhos,
surpresos, se entreolharam e ouviram o restante que o pai tinha, ainda, para
lhes dizer:
- Vocês estão vendo
aquele feixe de gravetos ali, encostados naquela porta? Aquele que conseguir
partir o feixe ao meio, apenas com as mãos, este será meu herdeiro.
Cada um deles teve
sua chance de tentar quebrar o feixe, mas nenhum, por mais esforço que fizesse,
foi bem sucedido na sua tentativa. Indignados com o pai, que lhes propusera uma
tarefa impossível, começaram a reclamar.
Foi nesse momento
que o fazendeiro pediu o feixe para si e afirmou que ele mesmo o quebraria.
Incrédulos, os deram o feixe para o pai, que foi retirando, um a um, os
gravetos, quebrando-os, separadamente, até não mais restar um único inteiro.
Depois, ele concluiu:
- Eu não tenho o
menor interesse em deixar os meus bens para só um de vocês. Eu, quero na
verdade, que vocês, juntos, sejam os sucessores do meu trabalho, com garra,
dedicação e, acima de tudo, repletos de amor uns pelos outros.
Disse ainda:
- Enquanto vocês
estiverem unidos, nada poderá por em risco tudo que construí para vocês. Nada,
nem ninguém os quebrará. Mas, separadamente, vocês serão tão frágeis quanto
cada um desses gravetos.
Esse, então, é o
moral de nossa história: assim como os gravetos formam um feixe difícil de ser
partido, da mesma maneira o ser humano ao ajudar o próximo, seguirá muito mais
longe do que ao se guiar pelo famoso “cada um por si e Deus por todos”.
Fonte:
http://shakyamuni.net.br/2010/08/10/fabula-espiritual/