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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Procuradoria vai denunciar Cunha e Collor por corrupção na Lava Jato

Collor: suspeito de receber 26 milhões em propina 


A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve denunciar, entre esta quarta-feira, 19, e amanhã, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás. A informação foi confirmada ao Estado por fonte com acesso às investigações.

As denúncias, por corrupção e lavagem de dinheiro, serão as primeiras envolvendo políticos com prerrogativa de foro. Elas são baseadas em depoimentos de delatores da Operação Lava Jato e em provas colhidas pelo Ministério Público Federal em diversas fases da investigação, entre elas as buscas em imóveis de Collor, na chamada Operação Politeia, em julho.

O senador do PTB é suspeito de receber R$ 26 milhões em propinas, entre 2010 e 2014, desviados da estatal petrolífera. Esses recursos teriam sido usados para a compra de carros de luxo, apreendidos no mês passado pela Polícia Federal.

Cunha foi citado por um dos delatores da Lava Jato, o empresário Júlio Camargo, como beneficiário de suborno de US$ 5 milhões. O valor teria sido pago para facilitar a assinatura de contratos de afretamento de navios-sonda entre a Samsung e a Diretoria Internacional da estatal, controlada pelo PMDB.

Tanto Cunha quanto Collor negam participação em desvios e se dizem vítimas de perseguição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.


Fonte: Estadão acessado 19/08 às 22h.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Sessão Ordinária 19/2015 Câmara Municipal de União dos Palmares




Data: 17 de agosto de 2015
Início: 19h: 40min  
Chamada: faltou Joaquim de Brito
ATA aprovada sem discussão

Breve comentário:
Presença dos membros da assembléia de Deus

Expediente da semana:
Ofício do Poder legislativo enviando balancetes dos meses de maio e junho de 2015
Ofício de Joaquim de Brito informando está de licença por 30 dias
Projeto de lei do Poder Executivo que doa um terreno localizado no conjunto Nova Esperança e à Igreja Assembléia de Deus;
Projeto de lei do Poder Executivo que doa um terreno localizado no conjunto Newton Pereira à Igreja Assembléia de Deus;
Projeto de lei do Poder Executivo institui o conselho da juventude
Projeto de lei de Cícero Aureliano que atribui título de cidadã palmarina a Maria Betânia Barros da Silva – Irmã Beta;
Projeto de Lei de Cícero Aureliano que concede a comenda Jorge de Lima José Ferreira da silva Filho – mestre Garça;
Projeto de Lei de Alan Elvis que nomeia as ruas do bairro Taquari

Ordem do dia: Nada planejado

Facultada a palavra
Fabian Holanda
Solicita que a mesa diretora que veja a possibilidade jurídica de diminuir a quantidade de vereadores para 10;
Antonio Rozendo
Oficio para Cego filme parabenizando pelo evento trilha da liberdade;

AGENDA
Segunda feira, 24: Reunião com os lideres de partido para escolher o relator e membro da CEI da SEMED
Quinta feira, 20: Audiência pública para discutir o Plano Municipal de Educação - PME

Às 21h: 30min a sessão é encerrada.

Produção:
Professor Nivaldo Marinho. Com
Programa Mesa Z
Face: Nivaldo Marinho

Twitter: @nivaldo_mesaz

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Vereador propõe diminuir 05 vagas na câmara a partir das eleições de 2016

Vereador Fabian Holanda solicitou da mesa diretora que estude a possibilidade de promover a mudança para valer a partir das eleições de 2016

Vereador regatiano Fabian Holanda

Nessa segunda feira, 17, o vereador Roberto Fabian (PTB), solicitou da mesa diretora que estude a proposta juntamente com o setor jurídico, para ver a possibilidade na justiça eleitoral de diminuir o número de vagas na câmara, ou seja, passar de 15 para 10 vereadores, tendo em vista as eleições de 2016. O parlamentar, que está no seu quinto mandato, não justificou o motivo da solicitação, contudo poderá se tratar de uma estratégia política.

E você caro leitor, o que acha da proposta do vereador? Você está satisfeito (a) com esses 15 vereadores? Diminuir as vagas é a solução?
É PARLAMENTAR, OU PRA LAMENTAR?

sábado, 15 de agosto de 2015

Agosto, um mês de suicídio, renúncia e mortes na história da política brasileira

Tiro de Getúlio Vargas no coração, saída meteórica de Jânio Quadros do Planalto, desastre de JK e adeus de Arraes, no mesmo dia do neto, Eduardo Campos, comoveram o Brasil

O caixão com o corpo de Getúlio levado por uma multidão

O oitavo mês dos calendários juliano e gregoriano poderia ser pulado na política brasileira. Com os seus longos 31 dias, agosto entrou para a História do Brasil marcado por tragédias. O mês viu de tudo: de suicídio e renúncia de presidentes da República até mortes de ícones da política nacional. Entre eles, o ex-presidente Juscelino Kubitschek e Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco e símbolo da esquerda no país, morto no mesmo dia do seu neto, Eduardo Campos, 13 de agosto.
Há 60 anos, completados no próximo dia 24, o presidente Getúlio Vargas se matou, no Palácio do Catete, com um tiro desferido no próprio coração. O líder da Revolução de 30, pai dos pobres e fiador da modernização do país, virou mito e adiou, por dez anos, a chegada dos militares ao poder. Uma comoção nacional tomou o Brasil inteiro pela morte de Getúlio, então presidente eleito. Ele voltara nos braços do povo, vitorioso nas urnas em 1950 — embalado pela marchinha “bota o retrato do velho outra vez/ bota no mesmo lugar” —, cinco anos após o fim do seu período de ditador no Estado Novo (1937-1945). Somente em 1964, com o golpe que depôs João Goulart, começaria o regime militar, que se prolongou até 1985.
Por sinal, Arraes, um mito nas ruas de um dos mais politizados estados do país, também voltaria ao poder, numa eleição histórica para governador, em 1986. Após anos de exílio, na verdade, a população estava devolvendo ao avô de Eduardo Campos, que morreria em 13 de agosto de 2005 após ocupar por três vezes o Palácio do Campo das Princesas (sede do governo estadual), o que os militares haviam tomado em 1964, quando, governador, fora deposto.
Três anos antes do golpe de 64, uma crise política sem precedentes sacudiu o Brasil. Eleito com o discurso de que varreria a corrupção, Jânio Quadros renunciou à Presidência, em 25 de agosto de 1961, por considerar inviável governar sob a Constituição de 1946. Ele não tinha apoio das esquerdas, do PSD e, muitas vezes, até da UDN. Alguns historiadores defendem a tese de que, ao deixar o governo, Jânio planejava voltar com o apoio do povo, num golpe branco que não vingou. Em meio a pressões dos militares e à campanha legalista comandada pelo governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, Jango assumiu. A solução foi o parlamentarismo, negociado para garantir a sua posse, e com Tancredo Neves como primeiro-ministro. Com poderes reduzidos, Jango trabalhou pela volta do presidencialismo. Um amplo apoio também se firmava pelo “não” ao parlamentarismo no plebiscito: Carlos Lacerda, JK, Arraes e Brizola, por exemplo. Todos interessados em uma eleição em 1965, que não ocorreu devido ao golpe militar.
Não foi em agosto, mas quase. Um dos líderes do regime militar e seu primeiro presidente, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco morreu em 18 de julho de 1967, também num desastre aéreo. Na época ex-presidente (Costa e Silva o sucedera em março no Palácio do Planalto), Castelo Branco estava no avião que se chocou com um jato de treinamento da FAB, em Fortaleza. O acidente ocorreu às 9h45m, quando o avião do governo do Ceará fora buscar o ex-presidente em Quixadá, na fazenda da escritora Rachel de Queiroz.
Durante os anos de chumbo, um novo desastre abalou o país. No dia 22 de agosto de 1976, o ex-presidente Juscelino Kubitschek morreu num acidente de carro na Via Dutra. No quilômetro 165 da rodovia, o Opala que o levava de São Paulo para o Rio ultrapassou a mureta divisória e bateu de frente num caminhão. Na época, a polícia chegou a investigar a hipótese de um ônibus ter batido de propósito na traseira do carro, dirigido por Geraldo Ribeiro. Porém, o motorista do coletivo acabou absolvido por falta de provas. Em 1996, o corpo de JK foi exumado, e o laudo oficial concluiu que ele morrera num acidente .
Dois anos antes de morrer, JK recuperara seus direitos políticos, cassados após o golpe de 64, e pretendia voltar à vida pública. Para desgosto de multidões que choraram a sua morte pelo país, o sonho havia acabado. Em seu funeral, em Brasília, 300 mil pessoas se despediram do líder mineiro, cantando a música que marcara a sua vida: o “Peixe vivo”.
Fonte: OGLOBO.COM acessado em 15 de agosto 11:34h

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

POLÍTICA: Vereadores de União criam “CEI Adelino Ângelo”

O alvo das denuncias são os supostos contratos políticos na SEMED com objetivo de fortalecer o grupo de apoio ao secretário Adelino Ângelo


Vereador Nego da Serra e o secretário de educação Adelino Ângelo


Nessa segunda feira, 10, o vereador Rafael Pedrosa solicitou em nome do G7, a criação de uma Comissão Especial de Inquérito – CEI, a fim de fiscalizar supostas irregularidades na SEMED de União dos Palmares que tem a frente o ativista político Adelino Ângelo. Segundo os vereadores que formam a base da oposição, o secretário estaria usando o status do cargo para desmanchar grupos ligados aos parlamentares e ao mesmo tempo fortalecer sua base aliada. Adelino é acusado de empregar pessoas para se filiar e sair candidato pelo seu partido.

Para o secretário Adelino, os vereadores não fazem mais do que sua obrigação, “fiscalizar”. Disse que comparecerá a câmara assim que for notificado, contudo manda um recado para os parlamentares: “Meu candidato a prefeito chama-se Beto Baia, todos os documentos estão à disposição dos vereadores, tenho salário garantido por lei, contudo quem quiser questionar procure a justiça, quanto a isso estou tranqüilo. Parabéns aos vereadores por fazer os seus, espero que dessa vez conclua, pois todos os processos que passaram pela câmara nenhum foram concluídos”.

Para o vereador Jaison Vicente, Adelino tem sido alvo de criticas desde que assumiu que é candidato, a discussão é política. A câmara de União é formada na sua maioria de vereadores experientes, dentre eles advogados veteranos de vários mandatos, contudo nunca concluíram um processo que visasse fiscalizar o executivo, foi assim na CEI do charque de KIL, CEI do SAAE que nunca saiu do papel, além da última comissão processante que perdeu o prazo no dia 22 de julho. É muita pirotecnia e pouca ação.
“É lamentávellll”.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Sessão Ordinária 18/2015 Câmara Municipal de União dos Palmares

Adelino Ângelo, secretário de educação foi a pauta da sessão 

Rafael solicitou criação de CEI na educação

Data: 10 de agosto de 2015
Início: 19h: 30min  
Chamada: faltaram 02 (dois) vereadores: Lucas do Macarrão e Joaquim de Brito
ATA da sessão 17/2015 aprovada sem discussão

Breve comentário:

Expediente da semana:
FUNDO Nacional do desenvolvimento da educação informando liberação de recursos para alimentação escolar: EJA, ensino fundamental, creche, quilombola e outros;
Ofício do IMA convidando os vereadores para participar de reunião no dia 20/08 acerca da APA de murici;
Ofício da Comissão de justiça convocando o secretário Adelino Angelo para prestar esclarecimentos acerca da SEMED: apresentar extratos de contas, copias de contratos, contratos de carros para membros de sua  família e outros;

Ordem do dia:
Requerimento do vereador Rafael, Paulo Cesar, Paulo Cavalcanti, Alan Elvis, Manoel da Silva, Biu Crente e Bruno Praxedes solicitando a criação de uma Comissão Especial de Inquérito – CEI para averiguar as denúncias acerca do Secretário Adelino Ângelo;
Projeto de Decreto Legislativo de Cícero Aureliano atribuindo título de Cidadã palmarina a Maria Betânia da Silva - irmã Beta
Projeto de lei de Alan Elvisque dá nome as Ruas do taquari ( Maria dos Praxeres)
Projeto de lei que trata da doação de terreno localizado no bairro Newton Pereira a igreja Assembléia de Deus;


Facultada a palavra
Fabian Holanda
Informa que Adelino foi convocado outras vezes e não compareceu, mas tem obrigação de prestar contas a câmara quando solicitado;
Os cabos eleitorais dos vereadores de mandato estão sendo contratados pela Semed  com o objetivo de esvaziar os partidos e enfraquecer as candidaturas dos vereadores; (Exemplo o PMN de Tita)
O secretário Adelino está perseguindo sua família e pessoas ligadas a ele; 
Informa que irá copiar o projeto do vereador em Maceió que concede meia entrada a professores em shows e eventos;
Jailson Vicente
Informa que Adelino está fazendo um trabalho decente e justo na não há procedências nas denuncias citadas pelo vereador Fabian Holanda;
Essas cobranças tiveram início quando o mesmo assumiu que é candidato;
Paulo Cesar
Informa que ao ouvir em uma rádio de Garanhuns que a SEMED recebe o valor de 9 mil reais por cada ônibus amarelinho;
Diz que as escolas da zona rural estão sendo reformadas via CPF
O secretário Adelino está empregando pessoas para formar grupos políticos
Apresenta um contra cheque do secretário Adelino com o valor de 2.800,00 e informa que o salário dele do SAAE é de 6.000,00;

Alan Elvis
O secretário Adelino está loteando cargos para fins eleitorais com pessoas que não fazem nada;
Ouviu dizer que o secretário está obrigando os servidores a vim para seu grupo e ser candidato;

Antonio Rozendo
Parabeniza Rafael pela criação da CEI, diz que não apóia perseguição, mas enalteceu o trabalho de Adelino;
Requerimento verbal solicitando da SEINFRA que retome a reforma da praça da COHAB velha;
Ofício para o secretário de Finanças Petrúcio solicitando informação acerca da manutenção do calçamento da Rua do cangote;

Paulo Cavalcanti
Informa que todos os vereadores receberam vantagem de empregos no governo Baia, uns mais e outros menos, depois das perdas e desavenças surgiram os grupos G7, 8, 9 e outros;

Requerimento para Antonio Calazans, Secretário de Finanças e Administração solicitando as folhas de pagamento e portarias de nomeação de todos os secretários;

Solicita que Adelino empregue também os filiados do seu partidos assim como fez com o PTM do presidente Tita ( Risos)

Biu Crente
Diz que pagar em dias é obrigação do município e solicita a iluminação do “sumitero” de Rocha Calvacanti;

Bruno Praxedes
Informa que Célio fez uma reunião política com 10 amigos, todavia após divulgar as fotos nas redes sócias, o secretário Adelino articulou e acabou com o grupo;
“o poder do secretário é muito grande e quem não está com a caneta fica numa corrida desleal, contudo onde você não domina os de casa como querer pensar nos de fora” desabafou.

Fabian e Paulo Cesar declara apoio a Carlos da Umes e Alexander, membros do movimento tira e bota que prometeu e não afastou o prefeito Baia;


AGENDA
Quinta feira, 13: Audiência pública para discutir o Plano Municipal de Educação – PME
Quarta feira, 19: Convocação de Adelino Ângelo;


Às 21h: 30min a sessão é encerrada.

Produção:
Professor Nivaldo Marinho. Com
Programa Mesa Z
Face: Nivaldo Marinho

Twitter: @nivaldo_mesaz

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Cinquentinhas: Governo isenta proprietários do 1º licenciamento e IPVA

Após protesto, Detran/AL anuncia redução em valor das taxas; medida é temporária





Proprietários e condutores das motos cinquentinhas realizaram um protesto, nesta segunda-feira, 10, e foram recebidos pelo diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), advogado Antônio Carlos Freitas Melro de Gouveia. Na reunião, eles pediram um prazo maior para a regularização desse tipo de veículo.

Segundo o diretor, já havia uma determinação do governador Renan Filho que fosse isento o primeiro licenciamento e o IPVA.
Em Arapiraca, na manhã desta segunda-feira, Renan Filho disse que Alagoas irá buscar uma solução permanente para esta questão. “Não é justo que as pessoas que dependam desse tipo de veículo e que não tenham condições econômicas, sejam forçadas a pagar altas taxas”, argumentou.

Após o encontro, Gouveia afirmou que o Detran não irá descumprir as exigências, que são federais. "Não podemos ser coniventes com as irregularidades”, reforçou.


Na semana passada, muitas cinquentinhas foram apreendidas, depois de resolução publicada pelo Detran.

Fonte: diário de Arapiraca

domingo, 9 de agosto de 2015

A caderneta vermelha revela a face do pai que não conhecíamos

REFLEXÃO

O carteiro estendeu o telegrama.
José Roberto não agradeceu e enquanto abria o envelope, uma profunda ruga sulcou- lhe a testa. Uma expressão mais de surpresa do que de dor tomou- lhe conta do rosto. Palavras breves e incisas.
Seu pai faleceu. Enterro 18horas. Mamãe;
Jose Roberto continuou parado, olhando para o vazio.
Nenhuma lágrima lhe veio aos olhos, nenhum aperto no c oração. Nada!
Era como se houvesse morrido um estranho. Por que nada sentia pela morte do velho?
Com um turbilhão de pensamentos confundido- o, avisou a esposa, tomou o ônibus e se foi, vencendo os silenciosos quilômetros de estrada enquanto a cabeça girava a mil.
No íntimo, não queria ir ao funeral e, se estava indo era apenas para que a mãe não ficasse mais amargurada.
Ela sabia que pai e filho não se davam bem.

A coisa havia chegado ao final no dia em que, depois de mais uma chuva de acusações, José Roberto havia feito as malas e partido prometendo nunca mais botar os pés naquela casa.
Um emprego razoável, casamento, telefonemas à mãe pelo Natal, Ano Novo ou Páscoa... Ele havia se desligado
da família não pensava no pai e a última coisa que desejava na vida era ser parecido com ele.

O velório:
Poucas pessoas. A mãe está lá, pálida, gelada, chorosa. Quando reviu o filho, as lágrimas correram silenciosas, foi um abraço de desesperado silêncio. Depois, ele viu o corpo sereno envolto por um lençol de rosas vermelho - como as que o pai gostava de cultivar.
José Roberto não verteu uma única lágrima, o coração não pedia. Era c omo estar diante de um desconhecido um
estranho, um...

O funeral:
O sabiá cantando, o sol se pondo e logo tudo terminou. José ficou em c asa com a mãe até a noite, beijou- a e prometeu que voltaria trazendo netos e esposa para      conhecê-la. Agora, ele poderia voltar à casa, porque aquele que não o amava, não estava mais lá para dar- lhe conselhos ácidos nem para criticar- lo.
Na hora da despedida a mãe colocou- lhe algo pequeno e retangular na mão – Há mais tempo você poderia ter recebido isto - disse. - Mas, infelizmente só depois que ele se foi eu encontrei entre os guardados mais importantes...

Foi um gesto mecânico que, minutos depois de começar a viagem, meteu a mão no bolso e sentiu o presente. O foco mortiço da luz do bagageiro, revelou uma pequena   caderneta de capa vermelha. Abriu- a curioso.
Páginas amareladas. Na primeira, no alto, reconheceu a caligrafia firme do pai:      “Nasceu hoje o José Roberto.
Quase quatro quilos! O meu primeiro filho, um garotão! Estou orgulhoso de ser o pai daquele que será a minha continuação na T erra!”.
À medida que folheava, devorando cada anotação, sentia um aperto na boca do estomago, mistura de dor e perplexidade, pois as imagens do passado ressurgiram firmes e atrevidas como se acabassem de acontecer!
“Hoje, meu filho foi para escola. Está um homenzinho! Quando eu o vi de uniforme, fiquei emocionado e desejeilhe um futuro cheio de sabedoria. A vida dele será diferente da minha, que não pude estudar por ter sido obrigado a ajudar meu pai. Mas para meu filho desejo o melhor. Não permitirei que a vida o castigue”.
Outra página – “Roberto me pediu uma bicicleta, meu salário não dá, mas ele merece porque é estudioso e esforçado. Fiz um empréstimo que espero pagar com horas extras”.
José Roberto mordeu os lábios. Lembrava- se da sua intolerância, das brigas feitas para ganhar a sonhada bicicleta. Se todos os amigos ricos tinham uma, por que ele também não poderia ter a sua?
E quando, no dia do aniversário, a havia recebido, tinha corrido aos braços da mãe sem sequer olhar para o pai.
Ora, o “velho” vivia mal- humorado, queixando- se do cansaço, tinha os olhos sempre vermelhos... e José Roberto detestava aqueles olhos injetados sem jamais haver suspeitado que eram de trabalhar até a meia- noite para pagar
a bicicleta... !
“Hoje fui obrigado a levantar a mão contra meu filho! Preferia que ela tivesse sido         cortada, mas fui preciso tentar chamá-lo á razão, José Roberto anda em más                     companhias, tem vergonha da pobreza dos pais, e se não disciplinar, amanhã será um marginal.”
“É duro para um pai castigar um filho e bem sei que ele poderá me odiar por isso; entretanto, devo educá-lo para seu próprio bem.”
“Foi assim que aprendi a ser um homem honrado e esse é o único modo que sei de ensiná-lo”.

José Roberto fechou os olhos e viu toda a cena quando por causa de uma bebedeira, tinha ido para a cadeia.
Naquela noite, se o pai não tivesse aparecido para impedi-lo de ir ao baile com os amigos...
Lembrava- se apenas do automóvel retorcido e manchado de sangue que tinha batido contra uma árvore.. .
Parecia ouvir sinos, o choro da cidade inteira enquanto quatro caixões seguiam lugubremente para o cemitério.

As páginas se sucediam com ora curtas, ora longas anotações, cheias das respostas que revela o quanto, em silêncio e amargura, o pai o havia amado. O “velho” escrevia de madrugada.
Momento da solidão, num grito de silêncio, porque era desse jeito que ele era, ninguém o havia ensinado a chorar e a dividir suas dores, o mundo esperava que fosse durão para que não o julgassem nem fraco e nem covarde.
E, no entanto, agora José Roberto estava tendo a prova que, debaixo daquela fachada de fortaleza havia um coração tão terno e cheio de amor

A ultima pagina. Aquela do dia em que ele havia partido:
- “Deus, o que fiz de errado para meu filho me odiar tanto? Por que sou considerado     culpado, se nada fiz, senão tentar transformá-lo em um homem de bem?”
“Meu Deus, não permita que esta injustiça me atormente para sempre. Que um dia ele possa me compreender e perdoar por eu não ter sabido ser o pai que ele merecia ter.”
Depois não havia mais anotações e as folhas em branco davam a idéia de que o pai tinha morrido naquele momento.

José Roberto fechou depressa a caderneta, o peito doía. O coração parecia haver    crescido tanto, que lutava para escapar pela boca. Nem viu o ônibus entrar na rodoviária, levantou aflito e saiu quase correndo porque precisava de ar puro para respirar.
A aurora rompia no céu e mais um dia começava. “Honre seu pai para que os dias de sua velhice sejam tranqüilos!” - certa vez ele tinha ouvido essa frase e jamais havia refletido na profundidade que ela continha. Em sua egocêntrica cegueira de        adolescente, jamais havia parado para pensar em verdades mais profundas.
Para ele, os pais eram descartáveis e sem valor como as embalagens que são atiradas ao lixo. Afinal, naqueles dias de pouca reflexão tudo era juventude, saúde, beleza, musica cor, alegria, despreocupação, vaidade. Não era ele um semideus? Agora, porém, o tempo o havia envelhecido fatigado e também tornado pai aquele falso herói.
De repente. No jogo da vida, ele era o pai e seus atuais contestadores. Como não havia pensado nisso antes?
Certamente por não ter tempo, pois andava muito ocupado com os negócios, a luta pela sobrevivência, a sede de passar fins de semana longe da cidade grande, a vontade de mergulhar no silêncio sem precisar dialogar com os filhos.

Ele jamais tivera a idéia de comprar uma cadernetinha de capa vermelha pala anotar uma a frase sobre seus herdeiros, jamais lhe havia passado pela cabeça escrever que tinha orgulho daqueles que continuam o seu nome.
Justamente ele, que se considerava o mais completo pai da T erra?
Uma onda de vergonha quase o prostrou por terra numa derradeira lição de humildade. Quis gritar, erguer procurando agarrar o velho para sacudi-lo e abraçá-lo, encontrou apenas o vazio.

Havia uma raquítica rosa vermelha num galho no jardim de uma c asa, o sol acabava de nascer. Então, José Roberto acariciou as pétalas e lembrou- se da mãozona do pai podando, adubando e cuidando com amor. Por que nunca tinha percebido tudo aquilo antes?
Uma lágrima brotou como o orvalho, e erguendo os olhos para o céu dourado, de repente, sorriu e desabafou- se numa confissão aliviadora: - “Se Deus me mandasse escolher, eu juro que não queria ter tido outro pai que não fosse você velho! Obrigado por tanto amor, e me perdoe por haver sido tão c ego.”

(Para quem já teve e para quem tem pai. Homenagem de: Luiz Carlos Moratelli )