Por Joaquim
Maria
Foto ilustrativa
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Hit Pop, Cisne, Flash Dance, Bangú, Som Brasil e tantos
outros, eram os nomes de casas noturnas marcaram a noite palmarina e a vida de
várias pessoas da nossa sociedade.
Uma em particular marcou a minha adolescência, a boate O
Casarão. Nela desfilava partir da sexta-feira; a nata da sociedade da nossa
terra. Ficava na Rua Coreia de Oliveira, onde recentemente, funcionou a Casa da
Cultura.
Era um lugar muito bem frequentado pelas classes A e B de
União dos Palmares. O Casarão era na verdade, como o nome já diz; uma casa
grande adaptada e transformada na melhor boate da nossa cidade. Na entrada, um
birô e uma cadeira serviam de bilheteria, onde o proprietário ou algum membro
da família trabalhava como porteiro. Depois tinha um corredor longo, que
terminava numa ampla sala onde ficava a pista de dança. Não era uma pista
grande e, além disso, era margeada por cadeiras e mesas de madeira. A luz negra
e o globo tornavam o ambiente muito mais agradável. Garçons vestidos a caráter,
drinks servidos nos copos mais chiques da época, faziam a alegria dos
freqüentadores.
As músicas de Donna Summer, John Travolta, Olívia Newton John
e de Elvis Presley eram executadas por várias vezes na noite; em um aparelho de
som que tocava tanto com LP quanto com fita cassete, o mais sofisticado da
época. Mas não eram somente os embalos que faziam parte do imenso repertório da
boate. Existiam vários momentos onde os ritmos eram distribuídos pelo discotecário,
hoje DJ, dependendo de cada momento e do público. Era na base da percepção e da
sensibilidade do regente. Tocava também MPB, um xote ou um forró de Luiz
Gonzaga; quem não dançou bem agarradinho, na penumbra ao som do LP Década
Explosiva Romântica, de canções italianas. Roberto Carlos também cavalgava na
noite da boate. Rita Lee, Lulu Santos, Guilherme Arantes, 14 Bis, A Cor do Som,
Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e tantos outros nomes, tinham as suas
músicas executadas na saudosa casa noturna.
O Sr. Gilvan e D. Vera eram os proprietários do
estabelecimento. Ainda me lembro de Milton servindo as mesas. Era garçom nas
horas vagas e eletricista de profissão.
Passei vários finais de semanas entre músicas, “amassos” e
cervejas na boate O Casarão. São lembranças difíceis de apagar.